Como
estava viajando no Outono, o nascer do sol acontecia a cada dia mais tarde.
Eram
08:00hs da manhã e ainda estava escuro, estou ainda muito ao sul.
Ignorando
a segurança e o bom senso, fui abastecer e peguei a estrada.
O tempo
estava muito úmido e frio, ideal para o gelo negro (camada fina de gelo sobre o
asfalto).
E em uma
curva tranquila, aliviada, daquelas que fazemos usando pêndulo de maneira suave.........
Fui pro
chão, a Teresa perdeu a aderência e eu fui para um lado e ela foi pra outro.
Deslizamos
por uns 60 metros, parecia que eu estava em um tobogã de água, totalmente sem
controle, virei passageiro neste deslizamento.
A Teresa
deslizava e esmerilhava a minha frente no asfalto, um galão cheio de gasolina
preso sobre a malha estava a milímetros do chão.
Era o que
faltava, um tombo com gasolina pegando fogo.
Como
Nossa Senhora de Aparecida me acompanha sempre, fiquei livre de um quadro
trágico.
Um
caminhoneiro e motorista que viram o acorrido, pararam e me ajudaram a tirar a
moto da estrada e recolher os cacos.
O saldo
foi de apenas um baú lateral e a capa de chuva perdidos.
Saí sem
um arranhão, a capa de chuva ficou toda rasgada.
A manga
da minha jaqueta de cordura também rasgou no braço.
As
proteções de joelho, lateral da coxa, costas, cotovelo e ombros são
essenciais.
E a
Teresa?
Estava
bem, obrigado, nunca vi uma moto tão boa de tombo que nem esta.
As
pedaleiras extras que instalei e o baú que foi destruído protegeram ela.
Foi
levantá-la, ligar e ela já estava pronta para seguir.
Distribui
as malas nos baús restantes e segui assustado.
O dia não
começou bem, e vieram mais 200km de chuva e neblina forte.
Demorei 5
horas para percorrer 200km.
Já estava
pensando em parar, quando esta parede de chuva e neblina sumiu, ficando para
trás.
O céu
abriu e o sol brilhou.
Consegui
chegar ao destino planejado para hoje.
Em
Comodoro Rivadavia fiquei hospedado no hotel de um simpático Paraguaio.