quinta-feira, 27 de março de 2014

Dia 04 - 02/03/2014 Domingo



Encontramos o Jacob e partimos rumo à cidade de San Pedro de Atacama no Chile.



Em Purmamarca reencontramos dois casais de gaúchos que viajam de carro, no dia anterior conhecemos este povo em um posto de gasolina.
Tiramos fotos e comentamos as desventuras do dia anterior, eles também tiveram a deles, e pelo mesmo motivo, falta de reserva para hospedagem.




Iniciamos a subida da cordilheira dos Andes pela estrada que leva ao Paso de Jama. Linda estrada, sinuosa com paisagens de tirar o fôlego que nos leva a 4.179 metros de altitude.


 

 As primeiras lhamas são avistadas, logo a frente também observamos muitas vicunhas.
 
 


Salinas Grandes tem 12.000 hectares de sal a céu aberto, é o terceiro maior salar do mundo.
Imagina quanto de carvão, carne e cerveja é necessário para consumir todo este sal em churrascos??
 
 

Deserto de pedras e areia, duas salinas e vento, vento, muito vento.
Quando o vento era lateral, a impressão é que eu e a Tereza íamos levar uma rasteira; quando era frontal, a velocidade diminuía muito e o esforço da Tereza era o máximo que ela podia.

Em duas paradas para fotografar, a Tereza foi derrubada pelas rachadas de vento como se fosse uma folha seca. (Segunda lição aprendida, com vento forte tenha muito cuidado ao parar a moto.)



 

Chegando próximo a Susques tivemos o primeiro incidente com as motos, uma chave de roda esquecida na pista encravou no escapamento da Branca (moto do Jacob). Ficou com um furo da largura de um dedo.
Não sabemos qual foi a física para aquela chave cravar como uma espada no escapamento da moto pela frente e por baixo, achando um caminho na ventilação do protetor de carter. Azar ou sorte. Sorte, que não pegou no pé do nosso amigo.
Quanto à moto, nada que uma solda não resolva. A Branca segue viajem com uma cicatriz.

No abastecimento em Susques encontramos uma trupe de motociclistas de Curitiba que vinha no sentido contrário. Fotos, congratulações mutuas pelos desafios e uma informação que confirmamos a seguir, a travessia da cordilheira estava congelante.



E Paso de Jama: abastecemos as meninas e nossos corpos, e vamos à aduana.
1 hora de espera, 2 guichês do Argentina, 2 guichês do lado Chileno, mais uma inspeção simples nas malas das motos e lá vamos nos outra vez. Agora no Chile.
E olha aí, novamente encontramos o pessoal dos Desbravadores do Sul.

 
 

A travessia da cordilheira é linda, paisagens impressionantes, e frio, muito frio. 
Ah... esqueceu do vento? Piorou, e de brinde: neve. A neve não caia, ele vinha de lado junto com o vento.
Sorte que a neve foi por um trecho muito curto, mas o vento! O vento não, fiel companheiro nos acompanhou até o fim da travessia.

Passamos muito próximo à fronteira com a Bolívia, onde se avista o vulcão Lincancabur.
E parada para foto + vento forte = moto no chão.


Chegamos em San Pedro de Atacama, o primeiro dia em que entramos em um hotel ainda com a luz do dia.
Um bom jantar, câmbio de moedas e mais um belo dia chega ao fim.

Amanhã fico em Atacama, o Serjão e o Jacob vão para Iquique onde vão fazer o dia de descanso. Encontro eles daqui a dois dias em Iquique. 
 

terça-feira, 25 de março de 2014

Dia 03 - 01/03/2014 Sábado

Saímos da cidade de Presidencia Roque Sáenz Peña com destino a Pumamarca, atravessando o Chaco Argentino passando por lugares com nomes bem sugestivos tal como Monte Queimado, Pampa Del Infierno e Sapo Queimado.



O tempo está quente, mas não tão quente quanto à fama do lugar, meus companheiros de viajem falaram que eu dei sorte, pois o clima quente neste lugar é insuportável.


Fomos parados em um posto de controle da polícia Argentina, pediram documentos, foram gentis e gentilmente nos solicitaram a “la contribución” (mesmo que propina). 100 pesos Argentinos, perto de R$ 30,00. E gentilmente o Serjão pagou e depois rachamos o prejuízo.

No trecho para chegar em Monte queimado não tem posto de gasolina (trecho de 260 km), as três motos entraram na reserva, e o Serjão fica muito incomodado com esta situação. No posto em Monte Queimado enfrentamos uma pequena fila para abastecer.



E poucos minutos depois que chegamos, apareceram os primeiros irmãos de estrada, Deleon, sua filha Layla e o simpático Paulo, integrantes do Moto Clube Desbravadores do Sul.

Estavam em jornada a caminho de Machu Picchu, que em minha opinião é o lugar mais fascinante da América do Sul, que tive a oportunidade de visitar 3 anos atrás.
Tivemos mais alguns gratos encontros com esta trupe pelas estradas, e como recebi adesivos deles, coloquei logo na Tereza, e prometi que eles vão comigo até o Alaska.

Bom, motos abastecidas, e dois galões reservas também, depois do susto, pra que dar mole, lá vamo-nos.
80 km de buracos contrastaram com as boas estradas que pegamos até agora, passados a buraqueira, voltamos à rotina de boas estradas.

Tudo corria muito bem até faltar 60km para chegar em Purmamarca. Estrada entupida de carros e chuva, aqui eles também tem feriadão de carnaval. Não contávamos com isso.
Em todo cidade ou povoado que passávamos estavam em comemorações de carnaval.
Comemoramos a chegada antecipadamente, depois de correr por todos os hotéis, pousadas, hostes e até as tentativas de alugar uma casa, constatamos que a cidade estava lotada, não tinha lugar. (Primeira lição aprendida: Pesquisar as festividades do local aonde você vai e reservar hospedagem.)

Tínhamos duas opções, continuar em frente até o povoado de Susques a 4.000 metros de altitude ou voltar para São Sebastian de Jujuy. A primeira opção foi imediatamente descartada pelos meus companheiros que já conhecem o lugar, nos íamos congelar antes de chegar a alguma pousada.
Iniciamos nosso retorno a S. S. Jujuy, com chuva, trânsito e agora à noite. Eu não enxergava nada, seguia a luz vermelha da lanterna da moto do Jacob, que por sua vez seguia um ônibus.
Na entrada da cidade, outro dissabor: nos perdemos do Jacob (Vocês vão ver nas outras postagem que isso é quase que uma rotina).
Eu e o Serjão rodamos a cidade atrás de um hotel que hospedasse a gente e as motos. Depois de muitas peripécias e muitos hotéis sem vaga e quando tinha não tinha cocheira (garagem) para as motos, achamos com a ajuda de um taxista um hotel com cocheira e vagas, eram 22:00hs, estávamos arrasados de cansaço e preocupados com o Jacob. Apesar do Jacob, no quesito se dar bem, ser muito mais safo do que eu e o Serjão juntos.
Escolhemos um bom restaurante e mais um telefonema pra saber que o Jacob está bem, mais uma postagem no facebook pra deixar a galera despreocupada, fui dormir à 01:00h.