terça-feira, 6 de maio de 2014

Dia 10 - 08/03/2014 Sábado


De Ica a Lima (Peru) 312km

O dia começa bem, tempo bom com sol, meus companheiros de viajem já tinham tomado café e estavam tirando fotos do paraíso onde nos hospedamos.
Café da manhã, arrumação das malas na moto e prontos pra ir. Mas não antes de uma seção de diversão, Jacob acelerando pra sair e o Serjão tranquilão, uma comédia, devia ter filmado a cena.

Lima está perto, + ou – 300km, porém passamos por cidades pequenas (Pisco; Chincha Alta e Mala), com muito trânsito de caminhões e ônibus de excursão.
As paisagens neste trecho não são muito atrativas.
Existe uma reserva biológica na cidade litorânea de Paracas com uma diversidade enorme de animais marinhos. Um lugar que deve ser visitado. Um dia eu volto e fico uns dias aqui.

Quando vamos chegando próximo a Lima as paisagens melhoram muito.

 
 
 
 


E quem disse que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar? Um raio eu não sei, mais um pneu furado!!!!
Logo na chegada em Lima um defeito interno do pneu traseiro que comprei ou uma batida forte na lateral, fez um rasco de 2cm na câmera.
O Jacob estava adiantado e não percebeu o que aconteceu.
Ficamos eu e o Serjão com a Tereza na mão.



Primeiro tentamos encher o pneu com um compressor que o Serjão traz junto com sua bagagem, depois com o Spray milagroso, as duas tentativas sem efeito.

Um motociclista Peruano parou para ajudar. Decidimos que eu ficaria ali e o Serjão ia segui-lo com a D. Beija a procura de uma câmera de ar e transporte para a Tereza.
Novamente estava eu na estrada só com a Tereza incapacitada.



Recebi um SMS do Jacob dizendo que ele estava em um posto de gasolina mais a frente nos esperando. Respondi enviando minha localização e situação, tentei ligar, mas a ligação não completou.

E quando o dia parecia perdido, sou novamente abençoado com a vinda de um novo anjo, Sr. Armando, Comandante da Policia aposentado que trabalha hoje na Concessionaria Rutas de Lima, que administra este trecho de rodovia.



Conversamos sobre a situação e localização dos meus outros companheiros de viajem, e também sobre toda a viajem.
Falou que o local em que estávamos era de pouca segurança e que seria prudente sairmos dali. Ele tinha como providenciar um guincho para levar a moto.
Liguei para o Serjão e informei que ia pra o posto de gasolina em que o Jacob informou que estava, e nos encontraríamos todos lá. Demorou pra isso acontecer, pois o trânsito em Lima é uma história a parte.
Guincho providenciado para a Tereza, fui seguindo com o Sr. Armando em sua pick-up da Rutas de Lima.



Descarregamos a moto no posto de gasolina próximo ao borracheiro, aqui é chamado de dianteiro.
Procurei o Jacob no posto, mais ele não estava mais lá. Confirmei minha localização com o Serjão via telefone e ele já estava a caminho.

Desmontei a roda traseira e entreguei para o borracheiro consertar. Neste momento constatamos o rasco na câmera e um defeito interno do pneu, não tinha conserto, tinha que comprar uma câmera nova.
O Sr. Armando prontamente contatou um motoboy (tuk-tuk) que sabia onde tinha loja aberta que vendia câmera de ar para motos.
Deixamos a Tereza aos cuidados do borracheiro e fomos seguindo o tuk-tuk até a loja.
Tentei comprar um pneu novo também, mais não encontramos, era sábado a tarde e foi sorte acharmos a câmera de ar.


Quando o borracheiro estava montando o pneu na roda, ele me mostrou o defeito interno que pode ter contribuído para o rasco da câmera. Colocou um remendo neste lugar pra que eu pudesse rodar por um tempo.


A Providência está do meu lado, mas não é bom abusar.


Através do telefone encontramos o Jacob em um hotel no bairro de Miraflores, tudo isso com a ajuda do nosso novo amigo Armando.

Depois de todos bem instalados, fui com um taxista procurar as lojas que vendem pneus de moto nas proximidades, todas fechadas e só abriam na segunda-feira depois das 10:00hs.

Não saio de Lima sem um pneu decente. Chega de aperreio.


O Armando ficou de voltar no domingo para nos levar em um passeio por Lima.


E para não perder a tradição, fomos a um bom restaurante para jantar e contar e recontar as aventuras e desventuras do dia.



Dia 09 - 07/03/2014 Sexta-feira

De Camaná a Ica (Peru) 534 km

Depois do susto do dia anterior e uma noite bem dormida retornamos à nossa jornada.

Este trecho da estrada costeando o Oceano Pacífico é mesmo de tirar o fôlego.
Avançamos apenas 80 km em duas horas de viajem, as pequenas serras que se alternavam entre os vales, túneis e paradas para fotos neste exótico caminho nos conterão.


 

Esqueci de deixar a bateria da maquina de fotografia carregando na noite anterior e nas primeiras horas da viajem ela parou de funcionar, mais uma lição aprendida (traduzindo lição aprendida, quando faço besteira e aprendo com ela). Fui compartilhando a máquina do meu amigo Serjão.

Arroz, cebola e oliveiras são cultivadas nos pequenos oásis que se formam entre as montanhas. Descobrimos que o Peru é também um grande produtor de aceite. 

 
 
 
 

Em alguns trechos as dunas invadem a pista, deixando apenas uma pequena faixa de estrada entre mar e montanha.
 
 
 
 


Encontramos um solitário ciclista viajante, Austríaco, estava viajando há 10 meses. Saiu da cidade do México com destino a Santiago de Chile. Estava sofrendo muito com o calor e as ladeiras.



E como a na estrada somos todos irmãos, encontro novamente meus primeiros anjos da guarda, o casal Viviane e Gustavo da Colômbia.
Eles estavam hospedados em Chala e com o pneu traseiro da sua moto careca, aparecendo a malha de aço.
A Viviane estava negociando o transporte da moto com um caminhoneiro, quando o Jacob a avistou.
Paramos e ajudamos a embarcar e amarrar a moto no caminhão, que ia levá-los até Lima, onde vão comprar um pneu novo e seguir viajem.

 


Uma parada em Nasca para ver as famosas e misteriosas “Linhas de Nasca”. Tem um mirante na beira da estrada por um preço honesto para visualizar a Mão, a Árvore e o Lagarto (que foi cortado na construção da estrada).

 
 
 


Chegamos a Ica e nos dirigimos para Huacca China, um oásis no meio de um parque de dunas com hotéis, restaurantes finos e um centro de turismo com passeios pelas dunas, vale a pena visitar.

 
 


E para um dia em que fiquei sem a máquina fotográfica, tirei muitas fotos.