De Ica a Lima (Peru) 312km
O dia começa bem, tempo bom com
sol, meus companheiros de viajem já tinham tomado café e estavam tirando fotos
do paraíso onde nos hospedamos.
Café da manhã, arrumação das
malas na moto e prontos pra ir. Mas não antes de uma seção de diversão, Jacob
acelerando pra sair e o Serjão tranquilão, uma comédia, devia ter filmado a cena.
Lima está perto, + ou – 300km,
porém passamos por cidades pequenas (Pisco; Chincha Alta e Mala), com muito trânsito
de caminhões e ônibus de excursão.
As paisagens neste trecho não são
muito atrativas.
Existe uma reserva biológica na
cidade litorânea de Paracas com uma diversidade enorme de animais marinhos. Um
lugar que deve ser visitado. Um dia eu volto e fico uns dias aqui.
Quando vamos chegando próximo a
Lima as paisagens melhoram muito.
E quem disse que um raio não cai
duas vezes no mesmo lugar? Um raio eu não sei, mais um pneu furado!!!!
Logo na chegada em Lima um
defeito interno do pneu traseiro que comprei ou uma batida forte na lateral,
fez um rasco de 2cm na câmera.
O Jacob estava adiantado e não
percebeu o que aconteceu.
Ficamos eu e o Serjão com a
Tereza na mão.
Primeiro tentamos encher o pneu
com um compressor que o Serjão traz junto com sua bagagem, depois com o Spray
milagroso, as duas tentativas sem efeito.
Um motociclista Peruano parou
para ajudar. Decidimos que eu ficaria ali e o Serjão ia segui-lo com a D. Beija
a procura de uma câmera de ar e transporte para a Tereza.
Novamente estava eu na estrada só
com a Tereza incapacitada.
Recebi um SMS do Jacob dizendo
que ele estava em um posto de gasolina mais a frente nos esperando. Respondi
enviando minha localização e situação, tentei ligar, mas a ligação não
completou.
E quando o dia parecia perdido,
sou novamente abençoado com a vinda de um novo anjo, Sr. Armando, Comandante da
Policia aposentado que trabalha hoje na Concessionaria Rutas de Lima, que
administra este trecho de rodovia.
Conversamos sobre a situação e
localização dos meus outros companheiros de viajem, e também sobre toda a
viajem.
Falou que o local em que
estávamos era de pouca segurança e que seria prudente sairmos dali. Ele tinha
como providenciar um guincho para levar a moto.
Liguei para o Serjão e informei
que ia pra o posto de gasolina em que o Jacob informou que estava, e nos encontraríamos
todos lá. Demorou pra isso acontecer, pois o trânsito em Lima é uma história a
parte.
Guincho providenciado para a
Tereza, fui seguindo com o Sr. Armando em sua pick-up da Rutas de Lima.
Descarregamos a moto no posto de
gasolina próximo ao borracheiro, aqui é chamado de dianteiro.
Procurei o Jacob no posto, mais
ele não estava mais lá. Confirmei minha localização com o Serjão via telefone e
ele já estava a caminho.
Desmontei a roda traseira e
entreguei para o borracheiro consertar. Neste momento constatamos o rasco na
câmera e um defeito interno do pneu, não tinha conserto, tinha que comprar uma
câmera nova.
O Sr. Armando prontamente
contatou um motoboy (tuk-tuk) que sabia onde tinha loja aberta que vendia
câmera de ar para motos.
Deixamos a Tereza aos cuidados do
borracheiro e fomos seguindo o tuk-tuk até a loja.
Tentei comprar um pneu novo também,
mais não encontramos, era sábado a tarde e foi sorte acharmos a câmera de ar.
Quando o borracheiro estava
montando o pneu na roda, ele me mostrou o defeito interno que pode ter
contribuído para o rasco da câmera. Colocou um remendo neste lugar pra que eu
pudesse rodar por um tempo.
A Providência
está do meu lado, mas não é bom abusar.
Através
do telefone encontramos o Jacob em um hotel no bairro de Miraflores, tudo isso
com a ajuda do nosso novo amigo Armando.
Depois de
todos bem instalados, fui com um taxista procurar as lojas que vendem pneus de
moto nas proximidades, todas fechadas e só abriam na segunda-feira depois das
10:00hs.
Não saio
de Lima sem um pneu decente. Chega de aperreio.
O Armando
ficou de voltar no domingo para nos levar em um passeio por Lima.
E
para não perder a tradição, fomos a um bom restaurante para jantar e contar e
recontar as aventuras e desventuras do dia.